Dia Mundial da Tuberculose
A tuberculose (TB) é uma doença evitável e geralmente curável. No entanto, em 2022, a TB era a segunda principal causa de morte por um único agente infeccioso, após a doença por coronavírus (COVID-19), e causou quase duas vezes mais mortes do que VIH/SIDA. Mais de 10 milhões de pessoas continuam a adoecer com TB todos os anos.
É necessária uma ação premente de modo a acabar com a epidemia global de TB até 2030, uma meta que foi adotada por todos os Estados-Membros das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
Imagem: WHO Global Tuberculosis Report 2023
A tuberculose (TB) é causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, uma bactéria que se dissemina quando doentes com TB tossem ou espirram, por exemplo. Estima-se que um quarto da população mundial tenha sido infetado com TB. Após a infecção, o risco de desenvolvimento da doença TB é maior nos primeiros 2 anos (aproximadamente 5%), decorrido esse período o risco é muito menor. Algumas pessoas eliminarão a infeção. Pessoas com sistema imunitário comprometido, como pessoas com HIV, desnutrição ou diabetes, ou pessoas fumadoras, têm maior risco de adoecer.
Imagem: WHO Global Tuberculosis Report 2023
Do número total de pessoas que desenvolvem a doença TB a cada ano, cerca de 90% são adultos, com mais casos entre homens do que as mulheres. A doença geralmente afeta os pulmões (TB pulmonar), mas pode apresentar-se noutros locais.
Imagem: Amboss®
Sem tratamento, a taxa de mortalidade por tuberculose é alta (cerca de 50%). Com os tratamentos atualmente recomendados pela OMS (um curso de 4 a 6 meses de tratamento com medicação específica contra a tuberculose), cerca de 85% das pessoas com TB podem ser curadas. Estão disponíveis regimes de 1 a 6 meses para tratar a infeção por TB. A cobertura universal de saúde é necessária de forma a garantir que todas as pessoas que necessitam de tratamento para a infeção, a ele possam ter acesso.
A TB é a principal causa de morte de pessoas com VIH e representa um fator preponderante na resistência antimicrobiana. A TB ocorre em todas as partes do mundo. Em 2022, o maior número de novos casos de TB ocorreu na Região Sudeste Asiática (46%), seguida pela Região Africana (23%) e pelo Pacífico Ocidental (18%). Cerca de 87% dos novos casos de TB ocorreram nos 30 países com elevado burden de TB, com mais de dois terços do total global no Bangladesh, China, República Democrática do Congo, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Filipinas.
Globalmente, em 2022, registaram-se 2,2 milhões de novos casos de TB associados à subnutrição, 0,89 milhões à infeção pelo VIH, 0,73 milhões a perturbações relacionadas com o consumo de álcool, 0,70 milhões ao tabagismo e 0,37 milhões à diabetes.
Imagem: WHO Global Tuberculosis Report 2023
Globalmente, estima-se que cerca de 410 000 pessoas desenvolveram resistência a múltiplos medicamentos ou à rifampicina (MDR/RR-TB) em 2022. O número de pessoas diagnosticado e que iniciou tratamento foi muito menor: 175 650 pessoas em 2022, o equivalente a cerca de duas em cada cinco com essa necessidade .
Alguns países já reduziram a sua carga da doença TB para menos de 10 casos e menos de uma morte por 100.000 habitantes por ano. Avanços na investigação científica são necessários para reduzir rapidamente o número de novos casos a cada ano (ou seja, incidência de tuberculose) em todo o mundo equiparados aos níveis já alcançados em países de baixa carga.
Imagens: WHO Global Tuberculosis Report 2023
Cerca de 50% dos pacientes com TB e seus agregados familiares enfrentam custos totais (despesas médicas diretas, despesas não médicas, e custos indiretos como perdas de receitas) que são catastróficos (>20% da renda familiar anual). Tal evidencia a existência de grandes problemas económicos e financeiros que se constatam barreiras ao acesso e conclusão do tratamento da TB, cuja abordagem é necessária através da implementação de medidas rumo à cobertura universal de saúde e a melhores níveis de proteção social.
Imagem: WHO Global Tuberculosis Report 2023
As taxas de sucesso do tratamento melhoraram: para 88% para pessoas tratadas para TB suscetível aos fármacos e 63% para pessoas com resistência.
“Durante milénios, os nossos antepassados sofreram e morreram com tuberculose, sem saber o que era, o que a causava ou como evitá-la. Hoje, temos conhecimentos e ferramentas com os quais eles só poderiam ter sonhado. Temos compromisso político e temos uma oportunidade que nenhuma geração na história da humanidade teve: a oportunidade de escrever o capítulo final da história da TB.” Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde.