A Fome Mundial: Um alerta da realidade atual

Este mês, dia 16 de outubro, celebrou-se o dia mundial da alimentação. No entanto, este dia é visto como um apelo à erradicação da fome.

Já pensaste em quantas pessoas sofrem diariamente pela subnutrição? E por motivos tão alheios às suas identidades?

Fome: uma sensação desconfortável ou dolorosa causada por energia insuficiente advinda da alimentação. Privação de alimentos; não comer calorias suficientes. Usado aqui de forma intercambiável com subnutrição (crônica). Medido pela prevalência de subnutrição.

Insegurança alimentar moderada: um estado de incerteza sobre a capacidade de obter alimentos; risco de pular refeições ou ver a comida acabar; sendo forçado a comprometer a qualidade nutricional e/ou quantidade dos alimentos consumidos.

Insegurança alimentar grave: ficar sem comida; fome experimentada; no extremo, ficar sem comer por um dia ou mais.

Má nutrição: condição associada a deficiências, excessos ou desequilíbrios no consumo de macro e/ou micronutrientes. Por exemplo, desnutrição e obesidade são formas de má nutrição. O baixo peso da criança em relação à altura (desnutrição aguda) ou a pouca altura em relação à idade (desnutrição crônica) são indicadores de desnutrição.


É inaceitável que a fome esteja a aumentar num momento em que o mundo desperdiça mais de mil milhões de toneladas de alimentos por ano.

Como é possível que, a tão pouca distância geográfica, tenhamos dois pratos da balança que nunca se equilibram? Há quem morra por consequências de sobrenutrição e obesidade, e há quem perca a vida por subnutrição gravíssima, por não ter do que comer.

Muito antes da pandemia COVID-19, já não estávamos no caminho certo para cumprir os nossos compromissos de acabar com a fome e a desnutrição no mundo em todas as suas formas até 2030. Agora, a pandemia tornou isso significativamente mais desafiador.

África registru o aumento mais significativo, mas, em todo o mundo, a prevaléncia de desnutrição (PoU) aumentou 1,5 pontos percentuais em 2020 - atingindo um nível de cerca de 9,9%. Em comparação com 2019, cerca de 46 milhões de pessoas a mais na África, 57 milhões a mais na Ásia e cerca de 14 milhões a mais na América Latina e nas Caraíbas foram afetadas pela fome em 2020.

Estima-se que em 2020 22% (149,2 milhões) das crianças menores de 5 anos de idade eram afetadas pela baixa estatura, 6,7% (45,4 milhões) sofriam de "wasting" e 5,7% (38,9 milhões) estavam acima do peso. Mas os números reais devem ser maiores devido aos efeitos da pandemia.

Infelizmente, a pandemia veio acentuar as desigualdades sociais, e pôr em risco os mais vulneráveis. E não é em 2030 que um problema tão intrínseco e tão profundo acabará. Lamentavelmente, pôr fim à subnutrição envolve a reformulação de políticas mundiais e o fim de conflitos a vários níveis. Mas não devia ser a alimentação, um bem essencial, um bem garantido?

A alimentação é uma necessidade básica! Em outubro, celebra-se o dia mundial da alimentação, mas serve este, também, como um alerta! Enquanto seres humanos, cabe-nos a missão de ajudar outras pessoas, de tentar oferecer a todos condições mais dignas. E o primeiro passo para a ação é a consciencialização.

É importante termos consciência de que, por mais antigo e imutável, a fome é um assunto real, e o desperdício de alguns países pode ser a subsistência de tantos outros. Infelizmente, em países ricos em petróleo, ouro ou diamantes, por diversas contrariedades, assiste-se à subnutrição crítica como um tema estrutural.

Afinal, de onde vem a riqueza? E com que moedas se compra um pedaço de pão? O dinheiro não compra tudo, mas há alimentos que salvam vidas. Toma consciéncia disto. E age! Da forma que puderes!

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