Colômbia: O que está a acontecer?
Menos de cinco anos depois de acordos de paz marcantes com a intenção de inaugurar uma nova era de estabilidade na Colômbia, o país é dominado por protestos de rua mortais. Começaram por causa de uma reforma tributária, mas rapidamente criaram uma onda de indignação mais ampla pela junção da negligência do estado às consequências da COVID-19 e brutalidade policial.
A 28 de abril, protestos eclodiram em todo o país, depois de o governo ter proposto aumentar os impostos durante a terceira vaga da pandemia. O governo defendeu o aumento de impostos proposto como uma medida muito necessária para reparar a economia após crise económica provocada pelo coronavírus. Os que se opuseram à legislação viram nela mais um fardo para as famílias de classe média e mais pobres que já se encontram em situação precária, pela crise pandémica.
O governo retirou a proposta, mas as manifestações continuaram, e os manifestantes expandiam a sua lista de demandas, que inclui a retirada de uma proposta de reforma da saúde, o fim da violência generalizada no país e medidas para enfrentar a desigualdade económica. Mas a violência cresce...
Grupos de direitos humanos alegaram abusos, como espancamentos indiscriminados, assassinatos e violência sexual.
Colômbia é, na verdade, o reflexo de muitas zonas do mundo, onde milhares e milhões de pessoas, especialmente afetadas pela pandemia recente, não se conseguem sustentar, se encontram sem cuidados básicos de higiene, habitação e alimentação.
Sempre que a economia se põe à frente das pessoas, surge a grande questão: "Quanto vale a vida humana?".
E até onde a violência tem lugar no protesto? Haverá outra solução?
A única certeza é a de que nada paga uma vida humana! E, por vezes, não é preciso muito para tornar a vida de alguém um pouco mais digna!